Possível negociação entre EUA e China
Mesmo com falas contraditórias, clima entre EUA e China parece melhorar e cenário de negociação externa interfere em perspectivas de juros no Brasil. No embate de uma situação complexa, várias movimentações no tabuleiro estão sendo pensadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que as negociações com a China permanecem ativas, mencionando inclusive uma reunião na manhã de 25 de abril, embora sem detalhar os participantes. Trump também afirmou ter conversado diversas vezes com o presidente chinês Xi Jinping e expressou a expectativa de uma redução substancial nas altas tarifas impostas sobre produtos chineses.
Em contraste com as declarações de Trump, o governo chinês, por meio de seus porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, e do Ministério do Comércio, He Yadong, negou veementemente a ocorrência de quaisquer consultas ou negociações tarifárias com os Estados Unidos. Guo Jiakun classificou as alegações de progresso como totalmente infundadas e instou os EUA a cessarem a criação de confusão em torno do tema.
Apesar da negação de negociações tarifárias formais, a China parece estar considerando a possibilidade de conceder isenções de tarifas para certas importações provenientes dos Estados Unidos. Empresas foram solicitadas a identificar bens considerados essenciais que necessitam de alívio tarifário, e um documento não oficial circulou listando 131 categorias de produtos que poderiam ser beneficiados, abrangendo setores como o farmacêutico e o de componentes aeroespaciais. Contudo, a China ainda não emitiu nenhum anúncio público oficial a respeito dessas potenciais isenções.
As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China permanecem em um patamar elevado, com os EUA aplicando tarifas de 145% sobre as importações chinesas, enquanto a China retaliou com tarifas de 125% sobre produtos americanos. Diante desse cenário de guerra comercial, os principais líderes chineses se reuniram e se comprometeram a intensificar o apoio à economia do país, que tem sentido os impactos dos "choques externos". A China insiste que, para resolver o impasse, os Estados Unidos devem revogar todas as tarifas unilaterais impostas.