Estratégias para contornar a taxação dos EUA
A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 50% a tarifa sobre a carne bovina brasileira, somando-se à taxa já existente de 26,4%, ameaça inviabilizar as exportações para o segundo maior comprador do produto nacional. Até então, o Brasil vinha batendo recordes de vendas para os EUA, impulsionado pela escassez de gado no país norte-americano. Com a nova tarifa, o custo da carne brasileira pode ultrapassar US$ 8.400 por tonelada, perdendo competitividade frente a fornecedores como Austrália e Argentina.
A medida afeta diretamente estados como Mato Grosso, líder na produção de carne bovina, e preocupa frigoríficos que dependem do mercado americano. Especialistas apontam que a carga tributária total pode ultrapassar 76%, tornando as exportações economicamente inviáveis. Como resposta, o setor busca redirecionar os embarques para mercados asiáticos e do Oriente Médio, com destaque para a China, que já representa quase metade das compras externas da carne brasileira.
No mercado interno, o impacto pode ser indireto. Embora a carne exportada represente apenas 20% da produção nacional, a queda nas vendas para os EUA pode alterar a dinâmica de oferta e demanda. Inicialmente, pode haver uma leve redução nos preços devido ao aumento da oferta interna, mas a tendência é de alta nos próximos meses, impulsionada pela menor quantidade de bois disponíveis para abate e pela pressão de outros países importadores, como a China, por preços mais baixos.
A longo prazo, o Brasil pode perder até US$ 1 bilhão em receitas com carne bovina em 2025, caso não consiga compensar a perda do mercado americano. O governo brasileiro, junto ao setor produtivo, já articula estratégias para ampliar a presença em novos mercados e evitar prejuízos maiores. A situação também reacende o debate sobre a dependência de poucos compradores e a necessidade de diversificação comercial para proteger o agronegócio nacional. Setores, como o industrial querem negociar até o esgotamento das possibilidades
Outra recente frente estratégica foi apresentada quando os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping, conversaram por telefone e concordaram em aprofundar sua cooperação e defender o multilateralismo em resposta às recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos.
A conversa, solicitada por Lula, veio após os EUA imporem uma tarifa de 50% sobre alguns produtos brasileiros. Durante o diálogo, Xi Jinping afirmou que a China apoia o Brasil na defesa de sua soberania e seus interesses legítimos, e ambos os líderes concordaram que as nações em desenvolvimento devem se unir para se opor ao protecionismo e ao unilateralismo.