Paraná passa a ter o maior terminal para contêineres do Brasil
Foto: Geraldo Bubniak/AEN
O Paraná passou a ter o maior terminal portuário em capacidade de movimentação de contêineres do País. Foram inauguradas na quinta-feira (10) as obras de ampliação do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), que aumentarão o potencial de operação em 66%, passando das atuais 1,5 milhão TEUs/ano para 2,5 milhões.
Serra Verde Express: Administradores têm desconto em passeio de trem para Morretes
O investimento de R$ 550 milhões, feito pelo TCP, é o maior do Brasil no setor portuário dos últimos cinco anos e garante capacidade para atender a demanda de mercado brasileiro pelos próximos 30 anos. O contrato prevê outros R$ 548 milhões em melhorias até 2048.
O Porto de Santos ainda movimenta mais TEUs/ano, mas em mais de um terminal.
As novas estruturas vão empregar 250 pessoas, além de ter gerado 1.200 empregos diretos e indiretos na construção. Os Portos do Paraná manejam cerca de 53 milhões de toneladas com apenas quatro quilômetros de cais. Neste ano já foram exportados 650 mil contêineres.
Esse é o primeiro investimento a sair do papel depois da nova lei dos portos (2013), informou o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “É a concretização de um projeto que vem sendo estruturado há cinco anos. Passamos a ter o maior terminal de contêineres do País, isso garante a continuidade da atratividade dos Portos do Paraná”.
Competitividade
Segundo o diretor de Novas Outorgas da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fábio Lavor Teixeira, os investimentos vão impactar diretamente na redução dos custos de operação dos portos paranaenses. “Haverá um salto de qualidade em volume de movimentação, com um terminal muito mais competitivo. Para que nossos produtos cheguem competitivos ao mercado internacional é preciso uma logística eficiente”, comentou.
Teixeira também citou a inauguração do viaduto na entrada de Paranaguá, na BR-277, nesta quinta-feira, como exemplo de que os Estados precisam ampliar a infraestrutura. “Isso tem um simbolismo muito forte, mostra que o Paraná olha para o mar e para a terra. As nossas cidades cresceram em torno dos portos e essa ligação precisa ser restabelecida. O viaduto passa a mitigar os impactos do porto na cidade”, afirmou.
Os investimentos chineses, destacou Mário Povia, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, levaram em conta o potencial de crescimento dos portos do Paraná nos próximos anos e são inéditos no País.
“É o primeiro terminal em operação nesses moldes com um parceiro chinês, que é altamente seletivo. O Paraná vem se repaginando de uma matriz agrícola para uma matriz altamente industrializada. É outra questão de fundo emblemática a ser comemorada junto a esses investimentos”, comentou. “É um Estado promissor do ponto de vista dos novos negócios. É um piloto que pode se replicar em outros terminais do Paraná e também do Brasil”.
O diretor institucional do TCP, Juarez Moraes e Silva, ressaltou que Paranaguá é o segundo porto em movimentação do País. “Isso acontece porque a iniciativa privada acredita no Estado. Temos uma cadeia produtiva que sinaliza novos investimentos nesse setor”, disse ele.
Investimentos
As obras entregues nesta quinta incluem o novo berço 218, que aumenta o cais de atracação de navios de 879 metros para 1.099 metros, além da ampliação da retroárea de 330 mil metros quadrados para quase 500 mil metros quadrados. Isso significa mais flexibilidade a importadores e exportadores em suas operações e permite que navios fora de janela tenham ajustes no atraso, seguindo o cronograma de atracação em outros portos na costa brasileira.
O novo berço também recebeu novos guindastes para movimentação de contêineres. O TCP adquiriu dois portêineres chineses, considerados os maiores do Brasil em operação, com 66 metros de lança e 50 metros de vão-livre a partir do trilho, com possibilidade de alcançar até 24 fileiras no navio. Com isso, o TCP passa a contar com oito guindastes e capacidade para operar navios de até 366 metros de comprimento, sem restrições.
As novas estruturas preparam o Estado para atender a demanda de mercado brasileiro pelos próximos 30 anos. As embarcações com capacidade de transportar até 16 mil TEUs já navegam na Europa e na Ásia e devem entrar no País via TCP.
Dragagem
Para receber navios dessa escala, o Governo do Estado investe R$ 403 milhões na remoção continuada de sedimentos do fundo do mar. A dragagem de manutenção teve início em julho e vai remover o assoreamento nos canais de acesso e nos berços de atracação dos portos de Paranaguá e Antonina pelos próximos cinco anos. Dez centímetros a mais de profundidade significam 700 toneladas a mais de grãos, ou 1.050 contêineres.
Além do investimento estadual, o Governo Federal realizou em 2018 uma dragagem de aprofundamento que aumentou a profundidade do Canal da Galheta para 16 metros de profundidade. Já a bacia de evolução passou de 12 para 14 metros e as áreas intermediárias, passaram a ter entre 14 e 15 metros de profundidade.
O investimento do Ministério dos Transportes, na época, foi de R$ 394 milhões. Para 2020, o atual Ministério da Infraestrutura já anunciou a destinação de mais R$ 28 milhões para um possível aditivo pelo tempo de assoreamento no período de execução do serviço.
TCP
Desde março de 2018, a TCP integra o portfólio da China Merchants Port Holding Company (CMPort). O portfólio global de portos da CMPort abrange seis continentes, 17 países e regiões e 34 portos. Em 2018 a CMPort movimentou 109 milhões de TEUs.
Fonte: AEN