Startups são aceleradas pelo programa Sinapse da Inovação

Startups são aceleradas pelo programa Sinapse da Inovação

Foto: Ari Dias/AEN

O Run Club surgiu como ideia em 2017 e amadureceu o modelo de negócio em 2018. A startup é uma das beneficiadas pelo financiamento do programa Sinapse da Inovação, iniciativa do Governo do Estado promovida por meio da Celepar e da Fundação Araucária, que seleciona projetos para receber subvenção financeira para transformar ideias inovadoras em negócio.

O Run Club é uma espécie de Airbnb para corredores de rua, além de um clube de experiências e conexões entre assessorias esportivas e atletas. O recurso do programa permitirá ampliar ainda mais a rede de negócios. A startup já atingiu cerca de 2,5 mil usuários.

No site ou no app, o corredor de rua que deseja competir em outra cidade pode estabelecer conexão com um anfitrião que também participará da prova, o que gera, segundo a startup, economia de até 70% em hospedagem e traslados. Também há possibilidade de contato com hotéis conveniados com o aplicativo.

Outro diferencial é um modelo VIP de assinatura que garante estrutura completa de atendimento na prova, com tenda, profissionais de apoio, guarda-volume, banheiro, massagem, comidas e bebidas. O objetivo da empresa é ampliar a experiência dos corredores de rua, atividade que tem crescido ultimamente com os clubes das academias, dos parques e novos circuitos - são 20 corridas grandes em média por semana no Brasil, e mais de 100 por ano no Paraná.

“O financiamento do programa Sinapse da Inovação permitiu que refizéssemos o código do sistema, o que deixou nossa startup mais robusta e com mais condições para atender com segurança os usuários. Aprendemos com erros do começo do processo, ouvimos os clientes e saltaremos de um protótipo para um sistema mais pronto para o mercado”, afirmou André Coelho, co-fundador da startup.

Fortalecidos

Depois de três fases muito concorridas em 2019 e participação de mais de seis mil projetos de 265 cidades diferentes, o programa Sinapse da Inovação chegou na fase de contratação efetiva. Foram selecionados 100 projetos no estágio final e 96 foram qualificados para obter os R$ 40 mil em subvenção. Os recursos foram repassados até segunda-feira (17).

Segundo a Fundação Araucária, os setores com mais projetos aprovados foram saúde e bem-estar, tecnologia da informação e comunicação, e químico e materiais. Também foram contempladas ideias de áreas primordiais para o Estado, como agronegócio, eletroeletrônica, biotecnologia, economia verde, educação, tecnologia de alimentos, mecânica e mecatrônica, economia criativa, turismo, energia e mobilidade e transportes.

“A partir do fortalecimento e da transformação dessas ideias inovadoras em negócios fortalecidos, podemos criar mais riquezas. O Estado tem interesse nesse processo porque ele gerará empregos e renda”, destacou Ramiro Wahrhaftig, diretor-presidente da Fundação Araucária. “A abordagem metodológica do Sinapse permite transformar boas ideias de estudantes de graduação, pós-graduação, professores e pesquisadores e empreendedores em geral em negócios”.

Pré-incubação

De abril a outubro deste ano a Fundação Araucária inicia o período de pré-incubação, que tem como meta aperfeiçoar o produto e estimular o desenvolvimento de um plano de negócios.

Serão realizados encontros das startups com clientes e investidores, workshops e palestras. As equipes de Sinapse da Inovação farão, ainda, acompanhamento permanente dos projetos para esclarecer dúvidas de mercado.

Saúde

A startup Hyla Biotec também foi uma das selecionadas. Ela é um produto de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que desenvolveram um biossensor prognóstico com capacidade de detectar um tumor antes dele ser descoberto pelo teste padrão disponível no mercado.

O equipamento possibilita identificar a presença ou ausência de um tumor por meio de um biomarcador presente no sangue em até vinte minutos - o tipo de câncer não é especificado e nem a sua localização, o que requer exames mais aprofundados. A tecnologia contribui para oferecer um diagnóstico precoce, o que permite alerta para tratamento antes que o dano seja irreversível.

A startup agora aprimora os testes clínicos para obter o registro na Anvisa, necessário para atuar de maneira regular no mercado brasileiro. O Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) e o Hospital da Polícia Militar do Paraná (HPM/PR) já demonstraram interesse no produto final.

O sócio-fundador da Hyla Biotec, Leonardo Foti, destaca que os recursos do Sinapse Inovação serão essenciais para ampliar os testes. “Esse aporte vai ajudar na validação pré-clínica do biossensor para concluir o seu desenvolvimento. A ideia é ampliar os testes e o número de amostras com o objetivo de demonstrar a efetividade da tecnologia e sua capacidade diagnóstica,” ressaltou.

Educação

A Eduqz, que também aparece na lista dos aprovados, surgiu em 2017 como um blog para estudantes que se preparavam para uma prova do Enem. Eram dicas, conteúdos e correções de provas anteriores, pensados para professores, coordenadores e alunos.

Com o tempo, surgiu uma nova necessidade. De janeiro a junho de 2018 uma pesquisa da empresa com 25 mil alunos identificou como principal dificuldade da prova (70%) a redação. E a startup passou a focar apenas em correções analíticas de textos.

Atualmente a ferramenta de correção digital transforma padrões (como erros), notas e comentários em dashboards de performance que permitem aos professores elaborar planos pedagógicos mais práticos. A ferramenta “explodiu” e já conta com 10 mil correções, com estimativa de 2,5 mil alunos impactados. Alex Santa’Ana, CEO da Eduqz, explica que a plataforma pedagógica foi criada para atender as necessidades de professores e coordenadores das escolas.

Os recursos do Sinapse da Inovação vão aumentar o alcance da Eduqz. “Os recursos vão melhorar o produto, fazendo com que a gente atinja outro patamar. Conseguimos contratar profissionais para fazer atividades pontuais, mas esses recursos permitem mais planejamento”, afirmou Santa’Ana. “Em um ano, com todo esse apoio, teremos outra interface para o mercado”.

Fonte: AEN

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